A Semana da Arte Moderna
A
Semana da Arte Moderna, foi um evento que ocorreu em São Pulo no ano de 1922,
daí também chamada de Semana de 22, no Teatro Municipal da cidade. Esse evento
foi apoiado pelo governador do estado de São Paulo da época, Washington Luís,
especialmente por René Thiollier, que Solicitou patrocínio para trazer os
artistas do Rio de Janeiro: Plinio Salgado e Menotti Del Picchia, membros de
seu partido, o PRP (Partido Republicano Paulista). Apesar de ser denominado
“semana”, o evento sucedeu por três dias apenas. Cada dia da semana trabalhou e
apresentou um dos aspectos culturais como pintura, escultura, poesia,
literatura e música. Este evento marcou o início do modernismo no Brasil, se
tornando uma referência cultural do século XX.
A
Semana da Arte Moderna representou uma verdadeira renovação da linguagem, na
busca de experimentação e na liberdade criadora, que iria romper com os
preceitos do passado, pois a mesma passou de vanguarda para o modernismo. Este
mesmo evento marcou devido apresentar novas ideias e conceitos artísticos.
Um
exemplo dessas mudanças se deu:
·
Na poesia através da
declamação, que antes, era só escrita;
·
A música por meio de
concertos, que antes, só havia cantores sem acompanhamento de orquestras
sinfônicas.
·
A Arte Plástica
exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados
e modernos.
Na Semana da Arte, nomes
consagrados do modernismo brasileiro marcaram presença no evento, como Mario de
Andrade, Oswald de Andrade, Brecheret, Plínio, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Villa-Lobos, Tácito, Di Cavalcantientre
outros.
Origem
A Semana de
Arte moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais,
econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras.
Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua
época. Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com
"a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura,
arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente
atual".
A nova intelectualidade brasileira dos anos 10 e 20 viu-se em um momento
de necessidade de abandono dos antigos ideais estéticos do século XIX ainda em moda no país. Havia algumas notícias sobre as
experiências estéticas que ocorriam na Europa no momento, mas ainda não se
tinha certeza do que estava acontecendo e quais seriam os rumos a se tomar.
A Semana
De certa forma, o evento foi apenas uma
exploração e apresentação de novas ideias totalmente libertadas dos antigos
preceitos, no qual tinha uma linguagem nacionalista que visava a busca de uma
própria identidade e de uma maneira mais livre de expressão. Sentia-se muito na
época, o desejo de experimentar novos caminhos do que definir um único ideal
moderno.
No dia de estreia (13 de fevereiro) o local de
evento que era o Teatro municipal estava lotado. Espalhadas pelo saguão do
local, várias pinturas e esculturas de linguagem modernista, nos quais as
mesmas causavam repudio e espanto das pessoas, por ser diferente de tudo aquilo
que elas tinham visto. No segundo dia
(15 de fevereiro) Guiomar Novaes, contra a vontade dos demais artistas
modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos
consagrados, iniciativa aplaudida pelo público.
Porém a atração da noite foi a palestra de
Menotti del Picchia sobre a arte estética, no qual ele apresenta os novos
escritores dos novos tempos, devido a isso, surgem vaias e barulhos diversos
que se alternavam e confundiam com aplausos. A noite acaba em algazarra quando
Ronald de Carvalho lê o poema “Os Sapos” de Manuel Bandeira que criticava
abertamente o parnasianismo e seus adeptos.
No último dia (17 de
fevereiro) foi o dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com
participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com
mais respeito, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas
com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a
atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais
tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo
inflamado.
Reações
conservadoras
Na época do evento, uma grande parte da mídia reagiu de forma
conservadora ao Movimento da Semana de Arte de 1922 referindo-se aos
vanguardistas como "subversores da arte", "espíritos cretinos e
débeis" ou "futuristas endiabrados". Mas, uma exceção foi o
jornal Correio Paulistano que apoiou os lançamentos e críticas do movimento.
Desdobramentos
O evento em si não teve grande importância em sua época, mas, foi com o
tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do
século. Devido à falta de ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles
declarando levar adiante a sua herança.
Um exemplo disso, nota-se a
influência da Semana de 22, até as últimas décadas do século XX, principalmente
no Tropicalismo e na geração da Lira Paulistana dos anos 70. Mesmo a Bossa
Nova deve
muito à turma modernista, pela sua lição peculiar de "antropofagia",
traduzindo a influência da música popular norte-americana à linguagem brasileira
do samba e do baião.
Fonte de pesquisa
2. José Mindlin (22/2/1999). Rubens Borba de Moraes: um intelectual incomum (PDF). Página
visitada em 27/09/2014.
Artigo realizado pelos
seguintes alunos: Bruno Ferreira, Caigila Tauana, Clemerson de Paula, Maria das
Graças e Thaisa Osório; e seus respectivos números: 07, 08, 12, 22, 37.
Estudantes da Classe 3° “C”
na E.E.E.M Professor Flodoado Cabral.