segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Semana da Arte Moderna


A Semana da Arte Moderna, foi um evento que ocorreu em São Pulo no ano de 1922, daí também chamada de Semana de 22, no Teatro Municipal da cidade. Esse evento foi apoiado pelo governador do estado de São Paulo da época, Washington Luís, especialmente por René Thiollier, que Solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro: Plinio Salgado e Menotti Del Picchia, membros de seu partido, o PRP (Partido Republicano Paulista). Apesar de ser denominado “semana”, o evento sucedeu por três dias apenas. Cada dia da semana trabalhou e apresentou um dos aspectos culturais como pintura, escultura, poesia, literatura e música. Este evento marcou o início do modernismo no Brasil, se tornando uma referência cultural do século XX.
A Semana da Arte Moderna representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação e na liberdade criadora, que iria romper com os preceitos do passado, pois a mesma passou de vanguarda para o modernismo. Este mesmo evento marcou devido apresentar novas ideias e conceitos artísticos.
Um exemplo dessas mudanças se deu:
·         Na poesia através da declamação, que antes, era só escrita;
·         A música por meio de concertos, que antes, só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas.
·         A Arte Plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos.
Na Semana da Arte, nomes consagrados do modernismo brasileiro marcaram presença no evento, como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Brecheret, Plínio, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Villa-Lobos, Tácito, Di Cavalcantientre outros.


Origem
A Semana de Arte moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual".
A nova intelectualidade brasileira dos anos 10 e 20 viu-se em um momento de necessidade de abandono dos antigos ideais estéticos do século XIX ainda em moda no país. Havia algumas notícias sobre as experiências estéticas que ocorriam na Europa no momento, mas ainda não se tinha certeza do que estava acontecendo e quais seriam os rumos a se tomar.

A Semana

De certa forma, o evento foi apenas uma exploração e apresentação de novas ideias totalmente libertadas dos antigos preceitos, no qual tinha uma linguagem nacionalista que visava a busca de uma própria identidade e de uma maneira mais livre de expressão. Sentia-se muito na época, o desejo de experimentar novos caminhos do que definir um único ideal moderno.
No dia de estreia (13 de fevereiro) o local de evento que era o Teatro municipal estava lotado. Espalhadas pelo saguão do local, várias pinturas e esculturas de linguagem modernista, nos quais as mesmas causavam repudio e espanto das pessoas, por ser diferente de tudo aquilo que elas tinham visto.  No segundo dia (15 de fevereiro) Guiomar Novaes, contra a vontade dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público.
Porém a atração da noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética, no qual ele apresenta os novos escritores dos novos tempos, devido a isso, surgem vaias e barulhos diversos que se alternavam e confundiam com aplausos. A noite acaba em algazarra quando Ronald de Carvalho lê o poema “Os Sapos” de Manuel Bandeira que criticava abertamente o parnasianismo e seus adeptos.
 No último dia (17 de fevereiro) foi o dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado.


Reações conservadoras
Na época do evento, uma grande parte da mídia reagiu de forma conservadora ao Movimento da Semana de Arte de 1922 referindo-se aos vanguardistas como "subversores da arte", "espíritos cretinos e débeis" ou "futuristas endiabrados". Mas, uma exceção foi o jornal Correio Paulistano que apoiou os lançamentos e críticas do movimento.

Desdobramentos

O evento em si não teve grande importância em sua época, mas, foi com o tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança. 
Um exemplo disso, nota-se a influência da Semana de 22, até as últimas décadas do século XX, principalmente no Tropicalismo e na geração da Lira Paulistana dos anos 70. Mesmo a Bossa Nova deve muito à turma modernista, pela sua lição peculiar de "antropofagia", traduzindo a influência da música popular norte-americana à linguagem brasileira do samba e do baião.

Fonte de pesquisa
1.     Semana de Arte Moderna. Página visitada em 28 de setembro de 2014.
2.    José Mindlin (22/2/1999). Rubens Borba de Moraes: um intelectual incomum (PDF). Página visitada em 27/09/2014.
3.     Artigo Correio Paulistano[1]. Wikipédia. Acesso em 28/09/2014.

 Artigo realizado pelos seguintes alunos: Bruno Ferreira, Caigila Tauana, Clemerson de Paula, Maria das Graças e Thaisa Osório; e seus respectivos números: 07, 08, 12, 22, 37.
Estudantes da Classe 3° “C” na E.E.E.M Professor Flodoado Cabral.